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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Banshee



Na Irlanda se acredita que aqueles que possuem o dom da música e do canto, são protegidos pelos espíritos da vida ou da morte.

O Espírito da Vida, profético, cujas pessoas são chamadas “fey” e têm o dom da Visão; o outro, o Espírito da Maldição que revela os segredos da má sorte e da morte, e para essa trágica mensageira o nome é Banshee.

As Banshee provêm da família das fadas, e é a forma mais obscura delas. Quando alguém avistava uma Banshee sabia logo que seu fim estava próximo. Os dias restantes de sua vida podiam ser contados pelos gritos da Banshee, cada grito era um dia de vida e, se apenas um grito fosse ouvido, naquela mesma noite estaria morto.

Tradicionalmente, quando uma pessoa de uma aldeia irlandesa morria, uma mulher era designada para chorar no funeral. Nós usamos a palavra carpideira. Mas, as banshees só podiam lamentar para as cinco maiores famílias irlandesas: os O’Neills, os O’Briens, os O’Connors, os O’Gradys e os Klatte’s no caso, uma fada era responsável por cada família. Seria o choro da mulher-fada. Essas mulheres-fadas apareceriam sempre após a morte para chorar no funeral. Conta a lenda que quando um membro de uma dessas famílias morria longe de sua terra, o som da banshee gemendo seria o primeiro aviso da morte.

Também se diz que essas mulheres, seriam fantasmas, talvez o espírito feminino assassinado ou que morreu ao nascer.

Sejam quais forem suas origens, as banshees aparecem principalmente sob um dos três disfarces: uma jovem, uma mulher ou uma pessoa esfarrapada. Isso representa o aspecto tríplice da deusa Celta da guerra e da morte, chamada Badhbh, Macha e Mor-Rioghain. Ela normalmente usa uma capa com capuz cinza, ou uma roupa esvoaçante ou uma mortalha. Mas também pode surgir como uma lavadeira, e é vista lavando roupas sujas de sangue daqueles que irão morrer. Nesse disfarce ela é conhecida como bean-nighe (a lavadeira). Segundo a mitologia celta, também pode aparecer em forma de uma jovem e bela mulher, ou mesmo de uma velha repugnante. Qualquer que seja a forma, porém, sua face é sempre muito pálida como a morte, e seus cabelos por vezes são negros como a noite ou ruivos como o sol.

O gemido da Banshee é um som especialmente triste que parece o som melancólico do uivo do vento e tem o tom da voz humana além de ser ouvido a grande distância. Embora nem sempre seja vista, seu gemido é ouvido, usualmente a noite quando alguém está prestes a morrer. Em 1437, se aproximou do rei James I da Escócia, uma vidente ou banshee que profetizou o assassinato do rei por instigação do Conde de Atholl. Esse é um exemplo de banshee em forma humana.

Existem muitos registros de diversas banshees que atendiam às grandes casas da Irlanda e às cortes dos reis locais. Em algumas partes de Leinster, se referem a elas como bean chaointe (carpideira) cujo lamento podia ser tão agudo que quebrava os vidros.



As banshees pertence exclusivamente ao povo Celta. Ela jamais será ouvida a anunciar a morte de qualquer membro de outras etnias que compõem a população irlandesa. E também pode aparecer de várias outras formas, como um corvo, um arminho, uma lebre ou uma doninha – animais associados, na Irlanda à bruxaria.



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rei Carvalho (Oak) e Rei Azevinho (Holly)



Na mitologia celta, o Rei Carvalho e o Rei Azevinho são rivais. Todos os anos eles lutam pelo domínio da floresta. A chegada do inverno, marca a vitória do Rei Azevinho e, no verão, vence o Rei Carvalho. Assim os celtas explicavam as mudanças das estações.
O carvalho é caducifólia, ou seja, suas folhas caem durante o inverno e ele entra em estado "dormente". Já os azevinhos permanecem sempre verdes e são uma das poucas espécies que mantêm sua folhagem mesmo nos meses mais frios.

No inverno do hemisfério norte, os grandes e majestosos carvalhos, ao perderem suas folhas, deixam com que os azevinhos, arbustos menores e escondidos entre grandes árvores, se destaquem na paisagem branca e árida da neve.
O solstício de inverno, marca a vitória, aparente, do Rei Azevinho sobre seu rival o deixando nú (sem folhas). Mas o Rei carvalho não morre e logo após o solstício já começa a recuperar suas forças.
Quando o sol começa a derreter a neve, o Rei Carvalho volta a se coroar, ofusca o Rei Azevinho e o esconde. Domina sobre a floresta e estende sua folhagem frondosa, manisfestando sua vitória.
Porém, o Rei Azevinho, sem descanso, continua sua luta para sair do esconderijo até conseguir reinar novamente.
 

 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nefilins



Nefilim, do hebraico que significa “aqueles que cairam do ceu”. Deriva da forma causativa do verbo na·fál ou nefal (fazer cair; cortar), conforme encontrado, por exemplo, na Bíblia em 2 Reis 3:19; 19:7. Traz uma idéia de dividido, falho, queda, perdido, mentiroso. Literalmente “os que fazem os outros cair”. No Dicionário de Strong são chamados de “tiranos”. Em Aramaico Nephila designa a constelação de Orion, que entre os hebreus era o anjo Shemhazai (Semyaza, Samyaza, Semyaze)– conforme relatado no Livro de Enoch.


Na Bíblia esta palavra refere-se aos heróis da antigüidade, que eram homens perversos que viveram na mesma época do relacionamento entre os “Filhos de Deus” e as “filhas dos Homens”. É por isso que foram por muitas vezes considerados como sendo o resultado dessas relações, mas as Escrituras apenas dizem que eles habitavam a terra na mesma época. A maior testemunha disso é Flávio Josefo, que faz uma distinção entre os gigantes e o fruto das relações entre os “Filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, quando afirma em sua obra: “… e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justica e imitava os gigantes de que falam os gregos.” (Antiguidades Judaicas).


Aparecem pela primeira vez em Génesis 6 traduzido como Gigantes, na maioria das versões bíblicas.


Foi traduzido para o grego como grigori e para o latim como Gigantes como se pode verificar na Vulgata.


Os Nefilins são chamados filhos dos “filhos de Deus”. Na tradução Almeida (ALA),”filhos de Deus” se refere aos descendentes de Sete, como podemos ver em Deuteronômio 14,1 e Oséias 1,10. Nessa mesma tradução o hebraico nefilím é vertido por “gigantes”. Os Nefilins são descritos como “os poderosos [em hebr. hag gibborím] da Antiguidade” e os “homens de fama [ou "heróis"]“. Segundo o relato de Gênesis 6,2, os filhos de Deus [ou descendentes de Sete] tiveram filhos com as filhas dos homens [ou descendentes de Caim]. Esse acontecimento era completamente contrário ao Propósito Divino.


Diz a narrativa que Deus teria decretado um dilúvio, após a ocorrência do mesmo toda aquela sociedade humana seria destruída e o homem passaria a viver, no máximo, um período de 120 anos. Naquele momento, Deus se “arrependeu de ter criado a humanidade”, somente Noé e sua família, tinha aprovação de Deus. (6:3,5-11) O relato termina com dilúvio bíblico a eliminar toda aquela sociedade humana juntamente com os Nefilins, os filhos dos filhos de Deus. Por fim, recomeça uma nova humanidade e Deus renova o Seu Propósito para com a humanidade. (1:28-30; 9:1-17) Segundo a tradição judaico-cristã, os genitores dos Nefilins terão desmaterializado-se, tornando-se novamente seres espirituais. São identificados ao longo da Bíblia “anjos decaídos”, “espíritos impuros” ou “demônios”, os quais diferem dos nephilins por referirem-se aos chamados vigilantes, uma espécie inferior de ‘anjos’ (segundo o Livro de Enoch), sendo tais os anjos que copularam com as filhas dos homens e engendraram esta raça híbrida.

 
 
 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Asgard

Todos ja dever ter ouvido falar de Asgard. Mas o que realmente é Asgard?


Asgard (em nórdico antigo: Ásgarðr) é o reino dos deuses, os Æsir, na mitologia nórdica, mundo separado do reino dos mortais, Midgard. Asgard era, originalmente, conhecido como Godheim (o repouso dos deuses), pois os primeiros investigadores da mitologia confundiram o nome do mundo dos deuses com o seu castelo mais importante e, neste caso, Godheim se tornou Asgard em muitas fontes históricas.

Os muros que cercam Asgard foram construídos por um gigante (identificado frequentemente e equivocadamente como Hrimthurs, que na mitologia nórdica, uma hrimthurs (em nórdico antigo: "rime thurs"), é qualquer uma das tribos especiais dos Gigantes feitos de gelo e que habitavam Niflheim, uma região de frio eterno). Como pagamento por seu trabalho, ele deveria receber a mão de Freya em casamento que é uma das deusas mais belas e também Deusa da fertilidade, do sol e da lua. O acordo só valeria desde que o trabalho fosse terminado dentro de seis dias. O gigante possuía um cavalo muito rápido e forte. Com o intuito de evitar honrar o acordo, Loki por ciúme da deusa e tentando agradar seu pai Odin transformou-se em uma égua e no último dia do acordo ele foi lá e seduziu o cavalo mágico do gigante, Svadilfari, o cavalo do gigante. Deste modo, o trabalho não foi terminado a tempo, e os deuses conseguiram evadir-se do pagamento. Loki em compensação pela "distração" do cavalo do gigante pariu Sleipnir, o cavalo de 8 patas que posteriormente, foi dado a Odin como um presente.

O guardião de Asgard é Heimdall, que é um deus que possui o retumbante chifre Gjallarhorn e cavalga o cavalo-guará dourado Gulltoppr, além de possuir dentes de ouro, e é filho de nove mães. Heimdallr é atestado como portador da presciência, visão aguçada e audição, é descrito como "o mais brilhante dos deuses", e mantém o relógio para o início do Ragnarök. Ao beber muito hidromel, em sua morada, Himinbjörg, localizada onde a ponte arco-íris Bifröst, queima ao encontrar-se com o céu. Heimdallr é dito como o autor das classes sociais entre os homens, uma vez que ele recuperou o tesouro Brísingamen de Freyja em quanto lutava com a forma lacrada de Loki, ambos são destinados em seus futuros a se matarem durante os eventos do Ragnarök. Heimdallr é igualmente designado como Hallinskiði, Gullintanni e Vindler ou Vindhlér. A planície de Ida é o centro de Asgard. Os Æsir encontram-se lá para a discussão de temas importantes - os deuses masculinos reúnem-se em um salão chamado Gladsheim, e as deusas em um salão chamado Vingolf. Eles também encontram-se diariamente no Well of Urd, abaixo de Yggdrasil, o qual será tema de uma proxima postagem.
 
 
 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Thor, o Deus do Trovão



Na mitologia nórdica, Thor (nórdico antigo: Þórr) é o deus que empunha o martelo Mjolnir, e está associado aos trovões, relâmpagos, tempestades, árvores de carvalho, força, proteção da humanidade e também a santificação, cura e fertilidade. A divindade era conhecida pela mitologia germânica e paganismo como Þunor (em inglês antigo) ou Donar (em alto-alemão antigo), decorrente da língua protogermânica Þunraz (que significa "trovão"). Thor também é chamado de Ásaþórr, Ökuþórr, Hlórriði e Véurr.

Em última análise decorrente da religião protoindo-europeia, Thor é um deus devidamente destacado em toda a história registrada dos povos germânicos, a partir da ocupação romana de regiões da Germânia, para as expansões tribais do período de migração, a sua alta popularidade durante a Era Viking. Dentro do período moderno, Thor continuou a ser reconhecido no folclore rural de todas as regiões germânicas, é frequentemente referido em nomes de lugares e o dia da semana Thursday (Quinta-feira) ou Dia de Thor, é utilizado desde o período pagão até os dias de hoje.

É filho de Odin (o deus supremo de Asgard) e Jord (a deusa de Midgard), foi casado com Sif. Durante o Ragnarök Thor matará e será morto por Jörmungandr.
 


Nome


O antigo nórdico Þórr, o inglês antigo Thunor e o alto-alemão antigo Donar são cognatos, descendentes de um germânico comum *þonaroz ou *þunraz, que significa "trovão". O nome do deus do trovão gaulês, Taranis e o deus irlandês Tuireann, também estão relacionados.

O nome de Thor é a origem do dia da semana Thursday (Quinta-feira). Ao empregar uma prática conhecida como Interpretatio germanica durante o período do Império Romano, os povos germânicos adotaram o calendário romano semanal e substituíram os nomes dos deuses romanos pelas suas próprias divindades. O latin dies Iovis (dia de Júpiter) foi convertido para o proto-germânico *Þonares dagaz (Thor's day ou dia de Thor), do qual deriva o inglês moderno "Thursday".

Começando na Era Viking, os nomes de pessoas que contêm o theonym (do clássico grego theos [Deus] e nym [nome], um termo para o nome de um deus) Thōrr são registrados com grande freqüência. Antes da Era Viking, nenhum outro exemplo foi registrado. Nomes como esse podem ter florescido durante a Era Viking, como uma resposta desafiadora às tentativas de cristianização, semelhante à prática em larga escala de usar pingentes do martelo de Thor.

Por meio de um povoado escandinavo da Era Viking na Inglaterra, o nome da divindade em nórdico antigo foi introduzido em inglês antigo como Þór, aparentemente mudando a forma nativa do nome da divindade, Þunor. No entanto, a moderna ortografia Thor é uma anglicização do nome nórdico antigo da Era Viking no Século XVII.
 


Características



Thor era grande para um deus, extremamente forte (podendo comer uma vaca em uma "refeição"). Thor adorava disputas de poder e era o principal campeão dos deuses contra seus inimigos, os gigantes de gelo. Os fazendeiros, que apreciavam sua honestidade simplória e repugnância contra o mal, veneravam Thor em vez de Odin, que era mais atraente para os que eram dotados de um espírito de ataque, ou que valorizavam a sabedoria. A arma de Thor era um martelo de guerra mágico, chamado Mjolnir com uma enorme cabeça e um cabo curto e que nunca errava o alvo e sempre retornava às suas mãos. Ele usava luvas de ferro mágicas para segurar o cabo do martelo e o cinturão Megingjard que aumentava sua força em dez vezes.

Teve também uma vida doméstica importante. Casou duas vezes, a primeira com a gigante Járnsaxa, que lhe deu um filho, Magni (força). Outro filho de nome Modi (coragem) é também atestado nas fontes antigas, mas sem referir o nome da mãe. E o segundo casamento, que foi muito mais importante no mito do deus Thor, foi com Sif, a bela dama dos cabelos tão louros como o ouro. Com ela teve duas filhas: Lorride e Thrud.

Os antigos escritores (Saxo, Adam de Bremen, Aelfric, Snorri) identificaram Thor com o deus Greco-Romano Júpiter porque ambos são filhos da Mãe-Terra, comandante das chuvas, dos raios e trovões, são protetores do mundo e da comunidade cujo símbolo era o carvalho, representando o tronco da família. Os animais de ambos deuses era o carneiro, o bode e a águia. Thor era sempre apresentado com seu martelo e Júpiter com seu cetro. Thor matou a serpente Jormungand e Júpiter o dragão Tifão.O historiador Tácito identificou Thor com Hércules, por causa de seu aspecto, força, arma e função de protetor do mundo.

Thor gostava da companhia de Loki, apesar do talento desse embusteiro para colocar ambos em confusões. As histórias de suas aventuras estão entre as mais ricas da mitologia nórdica. No panteão nórdico, Thor era o destruidor do mal e o segundo maior expoente dos deuses Aesir. A imagem de Thor aparece em muitas estelas rúnicas assim como seu nome ou seu martelo. Thor é um excelente guerreiro e já derrotou muitos gigantes, trolls, monstros, berserker e feras, segundo o Edda em Prosa. Thor percorria o mundo numa carruagem puxada por dois bodes chamados Tanngrísnir e Tanngnjóstr. Conta-se que quando Thor percorria o céu nessa carruagem as montanhas ruiam, e o barulho provocado pelas rodas do veículo originavam os trovões. Thor habita em Thrudheimr (ou Thrudvangr) no salão Bilskirnir onde ele recebia os pobres depois que haviam morrido. Esse salão possui 540 acomodações e é considerada a maior de todas as construções. O mensageiro de Thor era o veloz Thjalfi e sua criada era Röskva, irmã de Thjalfi. Quando Thor estava longe de seu lar ele matava seus bodes e os comia, e depois os ressuscitava com martelo mágico. Thor é o criador da constelação conhecida pelos vikings como Dedo de Aurvandill. Era Thor o deus que mais possuía templos na Escandinávia.

No Ragnarok, a tarefa de Thor será matar a cruel Jormungand ou Serpente Midgard (uma serpente tão grande que envolve a Terra), cria de Loki, mas ele morrerá na batalha.

Os anglo-saxões deram o nome de Thor ao quinto dia da semana, Thursday, ou "Thor's day" (quinta-feira, em inglês); o mesmo aconteceu entre os escandinavos que chamaram a quinta-feira de "Torsdag". O mesmo acontece no idioma alemão em que a quinta-feira se chama "Donnerstag" (donner = trovão; tag = dia).
 


Símbolos e artefactos



O mais importante símbolo de Thor é o martelo, Mjölnir (destruidor), o qual ja falamos aqui, que na pré-história escandinava surgia sob a forma de um machado - relacionado à fertilidade e aos fenômenos atmosféricos. O martelo de Thor, também se relaciona com os aspectos míticos de ferreiro do deus, ao criar trovões e relâmpagos. Existem evidências de que o culto ao martelo continuaram na Era Viking a serem propiciadores de fertilidade feminina para o casamento. O uso de pingentes com a forma do martelo foram um dos grandes elementos de identidade pagã no final da Era Viking (Langer, 2010), e segundo vários pesquisadores, serviu como uma resposta ao uso cotidiano de cruzes em pescoços dos cristãos convertidos. Recentemente, diversos formatos de pingente do martelo são vendidos em todo o mundo, demonstrando não somente a permanência do símbolo, mas também, a grandiosidade do mito de Thor na cultura e no imaginário contemporâneo, que atinge de forma impressionante o cinema, a literatura, os quadrinhos/banda desenhada e as artes plásticas em geral.

Para além do martelo, Thor usava ainda outros dois artefactos que estavam directamente ligados ao mjölnir. O járngreipr, umas luvas de ferro, que Thor usava para manejar o mjölnir. O terceiro artefacto era o cinto, megingjord, que lhe concedia um tremendo aumento da sua força, e igualmente o tornava apto a manejar o martelo.
 
 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Fauno



Fauno (do latim Faunus, "favorável" ou também Fatuus, "destino" ou ainda "profeta" ) é nome exclusivo da mitologia romana, de onde o mito originou-se, como um rei do Lácio que foi transmutado em deus e, a seguir, sofreu diversas modificações, sincretismo com seres da religião grega ou mesmo da própria romana, causando grande confusão entre mitos variados, ora tão mesclados ao mito original que muitos não lhes distinguem diferenças (como, por exemplo, entre as criaturas chamadas de faunos – em Roma – e os sátiros, gregos).

Assim, para compreender a figura de Fauno, é preciso inicialmente saber que o nome era usado para denominar, essencialmente, três figuras distintas: Fauno, rei mítico do Lácio, deificado pelos romanos, muitas vezes confundido com Pã, com Silvano e/ou com Lupércio (como deus, era imortal); Faunos (no plural, embora possa ser usado no singular, quando individuado o ser) – criaturas que, tal como os sátiros gregos, possuíam um corpo meio humano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno (Eram semideuses e, portanto, mortais); ou ainda, Fauno, um marinheiro que, tendo se apaixonado por Safo, obteve de Afrodite beleza e sedução a fim de que pudesse conquistar a poetisa.




Um rei, um deus



A primitiva imagem de Fauno na mitologia romana diz respeito ao terceiro rei da Itália (Lácio), e que segundo Virgílio, na Eneida, teria recebido o troiano Evandro, quando este se instalou no monte Palatino; Fauno seria filho de Pico, que era por sua vez filho de Saturno. Trazia, assim, a condição divina por seu antepassado avoengo. Já Hacquard diz que Fauno seria filho de Júpiter com Circe , ao passo que Murray aponta versões de que seria filho de Marte.

Segundo Murray, teria sido um rei que, em virtude dos bens feitos ao seu povo, civilizando-os e introduzindo no país a agricultura, foi alçado à divindade após sua morte, sendo adorado como representante das matas e dos campos, sob o nome de Fatuus (ou Destino, Fatalidade). Já Hacquard reputa a deificação do rei por este haver criado as leis e inventado a flauta. Para este autor, Luperco era seu outro nome, sendo um deus agrícola que garantia a fertilidade do gado e sua proteção, especialmente contra os lobos, e que tinha prazer em ficar junto às fontes e passear pelos montes e florestas.

Descendência



Fauno seria o pai de Latino, que o sucedera no trono itálico e que, já velho e sem sucessor homem, foi advertido num sonho por Fauno de que a neta Lavínia deveria casar-se com um estrangeiro – e não com um dos muitos pretendentes vizinhos que a cortejavam. O estrangeiro, então, seria o herói Eneias. Hacquard confirma esta versão, mas questiona se Latino não seria, talvez, filho de Hércules, em vez de Fauno. Da união de Eneias e Lavínia, profetizara Fauno no sonho, adviria uma raça que iria dominar o mundo: os romanos. Essa versão é confirmada por Nênio, que narra a ida de Eneias para o Lácio, onde derrota Turno, um dos pretendentes de Lavínia.

Algumas versões do mito apresentam Fauna como filha do rei, e que este a teria embriagado e, assumindo a forma de uma serpente, a violentara.




Representação



A representação de Fauno, nas pinturas e esculturas antigas, é feita retratando-o como um homem de barbas, uma coroa de folhas sobre a cabeça e vestindo somente uma pele de cabras, segurando a cornucópia. Ovídio nos diz que tinha chifres na cabeça, e sua coroa era feita de pinus.

Já para os faunos, Dillaway diz que “Os romanos os chamavam Fauni e Ficarii. A denominação Ficarii não deriva do latim ficus que significa figo, como alguns imaginaram, mas de ficus, fici, uma espécie de tumor ou excrescência que cresce nas pálpebras e outras partes do corpo, que os faunos eram representados como possuidores.”



Culto



Segundo Bailey, os mitos como o de Fauno, associados aos seres do campo ou silvestres apresentam um caráter menos digno do que o devotado aos deuses Lares. A Fauno, bem como ao seu companheiro Inuus (um dos di indigetes), associavam os romanos um caráter de selvageria e travessura, a refletir uma convicção animista da maldade e hostilidade como algo natural nestes espíritos.

O culto a Fauno dava-se em santuários, dos quais o principal era o Lupercal, localizado no monte Palatino, na gruta de Rômulo e Remo. Seus sacerdotes eram chamados Lupercos que usavam chicotes feitos com couro de cabra. Sua finalidade era atender aqueles que buscavam a fertilidade. Menard acentua que essa característica de fecundidade nos rebanhos era caráter comum a todos os primitivos deuses itálicos, donde receber Fauno as honras dos pastores.

Fauno era cultuado especialmente por seus dons oraculares. Suas previsões se davam nas matas e eram comunicadas aos que as desejavam por meio de sonhos. Para isto, era necessário o consulente dormir nos lugares sagrados ao deus, sobre peles de animais adrede sacrificados a ele.




segunda-feira, 14 de abril de 2014

Mjölnir



Na mitologia nórdica, o Mjölnir (em português: aquilo que esmaga; pronúncia: miêlnir ou miôlnir, sendo mais comum miôlnir) é o martelo do deus Thor, um deus principal associado com o trovão naquele sistema mitológico.

Talhado de forma bem característica, o instrumento é representado como uma das mais temíveis armas, capaz de aplainar montanhas. Embora geralmente reconhecido e ilustrado como um martelo, Mjölnir é algumas vezes mencionado como um machado ou um porrete. No século XIII, no Edda em Prosa, Snorri Sturluson relata que os Svartálfar, Sindri e Brokk produziram o Mjölnir por ordem de Loki. Ele teria sido criado pelos filhos de Ivaldi numa aposta contra o deus Loki.

O Edda em Prosa dá um sumário das qualidades especiais do Mjölnir quando Thor, com o Mjölnir:


... seria possível atacar tão firmemente como ele desejasse, qualquer que fosse sua finalidade, e o martelo nunca falharia, e se ele o arremessasse contra algo, ele nunca falharia o alvo e nunca voaria para além do alcance de sua mão, e quando ele quisesse, se tornaria tão pequeno que poderia ser carregado dentro de sua túnica.

A pronúncia tem variações, mas é comumente mencionada assim: ‘mai-ou-ner’,‘mirr-ou-nir’,´mi-jol-nir',´´mi-oll-nir' ou somente ‘mr-ou-ner’. A última sigla pode pronunciar-se "ner" ou "nir", aparece dos dois jeitos. Na mitologia nórdica, os trovões seriam Thor usando seu martelo (sendo esse o motivo de ele ser chamado de deus do trovão).

O Mjölnir é tão pesado que só Thor, com sua força gigantesca e usando o cinto Megingjard consiga levantá-lo. O martelo também é o símbolo da força para os nórdicos, e se acredita que quem carrega um consigo terá força e boa sorte. Por isso, era de costume entre os atiradores de martelos levar um pingente na forma de "mjölnir" para as competições e batalhas, acreditando que Thor iria ajudá-los.
 
 
 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Abaddon



Abaddon (também conhecido como Apollyon) é um termo hebraico que tem o significado de “destruição” ou "Destruidor". Na Bíblia, figura no Livro de Jó (26,6) e no Livro do Apocalipse (9:11).

Em Revelação 9:11, esta palavra hebraica está transliterada no texto em português. Lemos ali a respeito da simbólica praga de gafanhotos, que estes têm “um rei, o anjo do abismo. Seu nome, em hebraico, é Abadon, mas em grego ele tem o nome de Apolion”.

No hebraico, a palavra ʼavad·dóhn significa “destruição” e pode também referir-se ao “lugar de destruição”. Aparece no texto hebraico original no total de cinco vezes, e em quatro das ocorrências é usada em paralelo com “sepultura”, “Seol” e “morte”. (Sal 88:11; Jó 26:6; 28:22; Pr 15:11) A palavra ʼavad·dóhn, nestes textos, evidentemente refere-se aos processos destrutivos que resultam da morte humana, e estes textos indicam que a decomposição ou destruição ocorre no Seol, a sepultura comum da humanidade. Em Jó 31:12, ʼavad·dóhn designa o efeito prejudicial dum proceder adúltero. Jó declarou: “[Tal proceder adúltero] é um fogo que consumiria até à destruição [ʽadh-ʼavad·dóhn], e se arraigaria entre todos os meus produtos.” — Veja Pr 6:26-28, 32; 7:26, 27.


Abadon, o anjo do abismo — quem é ele?



Em Apocalipse 9:11, porém, a palavra “Abadon” é usada como o nome do “anjo do abismo”. O correspondente nome grego, Apolion, significa “Destruidor”. No último século fizeram-se esforços para mostrar que este texto se aplicava profeticamente a pessoas, tais como o imperador Vespasiano, Maomé e até mesmo Napoleão, e o anjo, em geral, era encarado como “satânico”. Deve-se notar, porém, que Apocalipse 20:1-3 mostra que o anjo com “a chave do abismo” é representante de Deus, vindo do céu, e, em vez de ser “satânico”, ele amarra Satanás e o lança no abismo. Comentando Apocalipse 9:11, The Interpreter’s Bible (A Bíblia do Intérprete) diz: “Abadon, porém, não é um anjo de Satanás, mas de Deus, realizando sua obra de destruição às ordens de Deus.”

Nos textos hebraicos que acabamos de considerar é evidente que ’avad·dóhn está em paralelo com o Seol e a morte. Em Apocalipse 1:18, encontramos Cristo Jesus declarando: “Eis que vivo para todo o sempre, e tenho as chaves da morte e do Hades.” Seu poder com respeito ao abismo é demonstrado em Lucas 8:31. Que ele tem poder destrutivo, inclusive o poder de destruir Satanás, é evidente de Hebreus 2:14, que diz que Jesus participou de sangue e carne para que “pela sua morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo”. Em Apocalipse 19:11-16 ele é claramente representado como o Destruidor ou Executor designado por Deus.


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Erínias ou Furias



As Erínias (Fúrias para os romanos – Furiæ ou Diræ) eram personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis. Enquanto Nêmesis(deusa da vingança) punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Eram Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Inominável).

Viviam nas profundezas do tártaro, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.

As Erínias, deusas encarregadas de castigar os crimes, especialmente os delitos de sangue, são também chamadas Eumênides (Εὐμενίδες), que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, eufemismo usado para evitar pronunciar o seu verdadeiro nome, por medo de atrair sobre si a sua cólera. Em Atenas, usava-se como eufemismo a expressão Semnai Theai (σεμναὶ θεαί), ou deusas veneradas.

Supunha-se elas serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três, que encarregavam-se da vingança e habitam, segundo as versões, o Érebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Os seus nomes são:
Alecto, (Ἀληκτώ, a implacável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infractor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz.
Megaira, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir eternamente.Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera.
Tisífone, a vingadora dos assassinatos (patricídio, fratricídio, homicídio…). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.

As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas à autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo). Por outro lado, os homens têm-lhe pânico, e fogem delas. Esta marginalidade e a sua necessidade de reconhecimento são o que, segundo conta Ésquilo, as Erínias acabam aceitando o veredicto de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança.

Eram forças primitivas da natureza que actuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida.

Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de acção não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifícios nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo, o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família.

As Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais.Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infratores dos preceitos morais.

Na Antiguidade, sacrificavam-lhes carneiros negros, assim como libações de nephalia (νηφάλια), ou hidromel.

Existe na Arcádia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai (Μανίαι, as que volvem todos). Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua tragédia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Graças, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrifício expiatório às Maniai.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Pascoa Celta - Ostara



Sabbat do Equinócio de Primavera



 
Ostara é o festival em homenagem á Deusa Oster, Senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.


Nesse dia sagrado, os antigos acendiam fogueiras ao nascer do sol, tocavam sinos e decoravam ovos cozidos. Este antigo costume pagão associado á Deusa da fertilidade ainda é praticado por todos os adeptos desta cultura.

Por isso os ovos, símbolos de fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos eram lançados ao fogo como oferenda á Deusa.

Em certas partes do mundo pintavam–se os ovos com cores do equinócio da primavera, como de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-se para honrar ao Deus Sol.

Nos países de origem Celta, nesta época do ano, a Deusa Oster ou Eostre é lembrada e honrada com festivais que incluem flores, cores vivas, ovos e lebres.

As flores e as cores vivas representam a primavera; os ovos representam a possibilidade de uma nova vida; os rituais são feitos em homenagem à Mãe Natureza, que mais uma vez fertilizará seus campos e nutrirá os homens que vivem sobre o seu leito; e a lebre branca é o animal sagrado dedicado à Lua, que simboliza a fertilidade e a Deusa.
No hemisfério sul este ritual deve ser celebrado no inicio da primavera, ou seja em Setembro e não em Março como no Hemisfério Norte. Este ano o Equinócio de Primavera aconteçe no dia 20 de Março no Norte e dia 23 de Setembro.

"Porque a vida precisa de pausas..."Ostara" existe lembrando que podes renovar-te sempre também."
Votos de Pascoa.
 
 
 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Memórias de um Druida


Capitulo 19

O sol estava nascendo. Ainda era possível sentir o calor do deserto, mas também já podiam sentir o que lhes esperava. Bem a frente Tugyak se levantava, assombrosamente, e mesmo com o sol forte da manhã não era possível enxergar muito longe, pois a escuridão tomava conta do lugar.

- Temos que continuar. – disse Karion.

Toryg se levantou. Bateu as asas para limpar a areia que os ventos da noite haviam depositado sobre elas. Levantou a cabeça e olho floresta adentro, na esperança de que pudesse enxergar além, mas até para um dragão isto era difícil. Decidiram seguir em frente.

Ao entrarem em Tugyak puderam sentir a extrema mudança de temperatura. Karion vestiu-se com um pala feito de pele de cordeiro. Owen cobriu-se com um casaco produzido com lã de carneiro negro das montanhas. Mesmo assim o clima ainda estava frio. A falta de luz solar criou formas únicas em Tugyak. Não demorou muito para que se deparassem com uma delas, e diga-se de passagem, uma das mais perigosas: Ollphéist.

...

A Ollphéist pode ser definida como uma aranha gigante. Tal montro só pode ser encontrado em Tugyak, e é uma aranha com incriveis 7 metros de altura. Não bastasse este tamanho que ja motivo suficiente para amedrontar qualquer ser, ela é estremamente venenosa. Sua saliva é mais poderosa que qualquer acido encontrado na natureza. Pode dissolver qualquer material. Suas presas espelem veneno e ela produa um fio de teia mais resistente que qualquer outra corda ja produzida. Em resumo, um ser assustador.

...

Ollphéist parou em frente aos três, mostrando suas presas e fazendo um som extremamente alto e agudo. Nota: o som produzido pela Ollphéist deixava seus inimigos atordoados, facilitando assim a captura dos mesmos. Este som não tinha o menor efeito sobre dragões, mas claro que Ollphéist não sabia disso. Karion e Owen tentaram tapar seus ouvidos em vão, o som já esta dentro de suas cabeças. Ao ver os dois caídos Ollphéist começou a se aproximar dos dois, que já se encontravam no chão, sem poder aguentar a dor que o som produzia em seus crânios. Ollphéist se ergueu diante deles e quando preparou suas presas para agarra-los o som silenciou. Karion e Owen foram se levantando lentamente, ainda sentindo um pouco de dor e tontura, quando avistaram Ollphéist caída, com o peito em chamas. Olharam para traz e puderam avistar Toryg, com as narinas exalando fumaça e o peito ofegante. O Dragão havia, pela primeira vez, cuspido fogo. E não fora simplesmente uma chama, mas uma chama capaz de derrubar e, que sabe, até matar Ollphéist.

Toryg estava ofegante e, de suas narinas, ainda saiam fagulhas. Karion e Owen estavam espantados com o acontecido. Puderam sentir o calor emanado do fogo que Toryg havia expelido contra Ollphéist, mas jamais poderiam imaginar que ele poderia mata-la com apenas um golpe.

-Muito bem Toryg! – disse Owen.

-Que bom que vocês estão em sintonia, a batalha esta só começando – disse Karion.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Leviatã



O Leviatã é sem duvidas, a mais poderosa criatura dos mares. Ele é um antigo ser mitológico, dotado de imensos poderes sobrenaturais e com de enormes proporções físicas.

Era bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna, existindo uma infinidade de relatos de encontros assombrosos com esse demônio marinho durante as explorações dos antigos navegadores. A descrição que prevalece entre tantas é que Leviatã é uma mistura de Serpente do Mar com Dragão, com quase 100 metros de comprimento, capaz de destruir navios sem o mínimo de esforço.

Durante a Idade Média Leviatã foi considerado pela Igreja Católica, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais.

No Antigo Testamento, o Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como “ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu?… Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?… Quando se levanta, tremem as ondas do mar e as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela a ele não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre” (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Na bíblia também é dito que um dia Deus enviara o colossal monstro terrestre Behemoth para matar o demônio marinho Leviatã. Eles terão uma grande batalha, onde os dois morrerão, mas Behemoth sairá vitorioso por cumprir sua missão.

A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao “Tiamat”, uma divindade da saga da Babilônia. Uma lenda ainda mais antiga sobre o Leviatã diz que este monstro é na verdade o guardião de um tesouro submarino. Sua forma tambem é variável, podendo ser até um dragão. Lendas mais recentes dizem que o Leviatã seria o guardião de Atlantis.



Alguns historiadores relacionam o Leviatã a uma baleia, pois os povos antigos temiam essas gigantes do mar, assim como temem o Leviatã.